quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

CAROS;

O BLOG http//www.umesdequixada.blogsp.com não terá mais materias postadas!!!
o novo endereço é: http://www.jacksonperigoso.blogspot.com/ matérias todos os dias e com a mesma credibilidade!!!

Atenção: As matérias do blog umesdequixada.blogspot.com estão no novo blog jacksonperigoso.blogspot.com, fizemos apenas um direcionamento.
Atenciosamente: Jackson Perigoso
presidente

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Motorista novato pode não dirigir em estradas

Tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) um projeto que proíbe os motoristas com menos de um ano de habilitação de dirigir em rodovias e estradas. O autor da matéria, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), argumenta que, se o acesso a tais vias for restrito aos condutores ´mais experientes´, o índice de acidentes tenderá a cair.

No texto da proposição (PLS 110/03), o senador Mercadante declara que ´nas estradas e rodovias, em face das altas velocidades permitidas (e freqüentemente ultrapassadas), das comumente longas jornadas de viagem e do mau estado de conservação de muitas delas, os riscos de acidentes fatais são notoriamente maiores que nas vias urbanas´. A proibição, de acordo com a proposta, não se aplica nos trechos urbanos de estradas e rodovias.

O projeto de lei já conta com relatório favorável do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e será votado na CCJ em decisão terminativa. Em seu relatório, Suplicy apresenta estatísticas elaboradas a partir de dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), as quais relacionam o número de acidentes em rodovias federais com o de motoristas ´permissionados´ - aqueles com menos de um ano de habilitação e que, portanto, possuem apenas a Permissão para Dirigir.

A Carteira Nacional de Habilitação (CNH) é concedida após esse período, se os condutores não tiverem cometido nenhuma infração de natureza ´grave´ ou ´gravíssima´ e não forem reincidentes em infrações médias.

Suplicy destaca que, com essas estatísticas, ´observa-se claramente que a condição de permissionado está associada a um nível proporcionalmente muito maior de acidentes com vítimas em rodovias federais, o que corrobora quantitativamente a hipótese que motivou o projeto´.

Ressalvas

O relator da proposta reconhece que há ressalvas em relação à matéria, citando o argumento de que a proibição seria prejudicial principalmente aos moradores de áreas rurais, que não poderiam dirigir durante o ´estágio probatório´ de um ano, ´uma vez que as rodovias e as estradas são, por definição, vias rurais´.

No entanto, Eduardo Suplicy argumenta que ´há que se levar em consideração uma ponderação de interesses na qual a preocupação com a diminuição do número de acidentes e a vida dos cidadãos é superior a qualquer outra´.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Quixadá tem verdadeira “cracolândia”

Quixadá. O diagnóstico policial referente a drogas e violência expõe a situação enfrentada no mutirão do Campo Velho, em Quixadá. Naquela área, onde vivem aproximadamente 800 famílias, foram identificados 18 pontos de vendas de drogas. Em algumas ruas, estreitas, há inclusive concorrência entre traficantes. Eles mantêm pouca quantidade da mercadoria ilegal em seu poder. Associada ao silêncio da vizinhança, a estratégia dificulta ainda mais a repressão. Atuam numa nova modalidade de tráfico, o doméstico. Crianças e adolescentes atendem à “fiel clientela”.

O movimento se acentua quando escurece. Basta aguardar um pouco para começar a ouvir o estalado característico do consumo da “nóia”, como o crack é conhecido pelos usuários. Reúnem-se em grupos, de quatro a oito. Fogem ao primeiro sinal de ameaça, mas deixam o rastro pelo chão. Latinhas de refrigerantes, amassadas, com minúsculos furos na superfície achatada. São utilizadas como cachimbo para inalação da fumaça entorpecente.

Por conta da rotina, o lugar passou a ser conhecido como “Cracolândia do Sertão”. Não é difícil perceber a comparação com o famoso ponto de consumo no Centro de São Paulo. As cenas são praticamente as mesmas. Pequenos grupos reunidos nas esquinas. Aguardam o movimento diminuir na rua. Logo depois, estão acocorados entre os lajedos, sugando o vício pela boca. Utilizam como esconderijo as rochas monolíticas que cercam a comunidade.

Em Tauá o consumo de drogas também começa a se acentuar. O maior índice é registrado no Bezerra e Sousa, um bairro da periferia. Do ponto de vista do delegado Marcos Sandro Lira, a situação na “Terra do Barro Amarelo” não é tão crítica como noutra cidade onde já atuou, Aracati, impulsionada pelo constante fluxo turístico e festas de época, principalmente o Carnaval. O número de viciados flagrados em Tauá é quase zero. A prisão de traficantes também.

Ainda na região dos Inhamuns, Crateús é apontada pela mídia local como área de risco. O foco do problema está mais centrado na zona rural, no distrito de Montenebo, nos limites com Nova Russas, onde a distância dificulta a intervenção policial. Segundo o delegado Abelardo Correia Lima, a situação é considerada tranqüila no município. Ele ressalta que atende a outras oito cidades da região. A exaustiva jornada prejudica o acompanhamento específico de Crateús.

Na maioria dos municípios, policiais atribuem o agravamento do problema às festas públicas com shows. A sensação é de que são verdadeiras “Sodomas sertanejas”.

Fonte: Diário do Nordeste

Uso do crack aumenta entre jovens do Interior


As drogas, principalmente o crack, levam jovens à morte e famílias ao desespero em municípios do Interior

O crescente uso de drogas não é mais exclusividade das metrópoles. O problema se expande sertão adentro. E o que é pior: O crack prolifera nas periferias de médias e pequenas cidades. Em forma de pó, o derivado da coca chega às classes média e alta sociedade. Enquanto desprezam os riscos, muitos se afundam na dependência. Essa realidade, triste e cruel, está se tornando rotina entre jovens no Interior do Ceará.

Os reflexos dessa perversa chaga são vistos por todos os lugares. Na maioria das vezes terminam nas portas dos cemitérios ou das delegacias. Enquanto a morte não chega, mães desesperadas imploram pelo encarceramento dos próprios filhos. Os menores são encaminhados para abrigos correcionais. Os maiores vão para a cadeia. A única diferença é a idade. No mais, o perfil é praticamente o mesmo: Dependentes químicos, furtando na rua e dentro de casa. Para sustentar a obsessão compulsiva pela droga é preciso pagar. A “pedrinha” do crack custa só R$ 5,00. Para “provar o produto” sai de graça. Mas a aflição materna não tem preço.

Violência doméstica

A dona-de-casa Maria Clara Bezerra sentiu na pele os efeitos devastadores desse mal. Com ele a violência doméstica invadiu seu lar. Encontrou amparo justamente no dispositivo legal utilizado pela Polícia, dado quem já fez de tudo para salvar o universitário Yuri Mariano Bezerra de Lima das drogas. Aflita com a possibilidade do embaraço familiar se transformar numa tragédia ainda maior, não encontrou outra alternativa. Pediu ao delegado que recolhesse o estudante novamente para a cadeia. Três meses antes havia feito o mesmo. Acabou cedendo. Dessa vez o susto foi maior. Yuri continua preso. Ela ora todos os dias para livrar o caçula da cadeia e da drogas.

Outra mãe, Luciana da Silva, também reza pela alma do filho. O adolescente José Tarciano da Silva foi assassinado faz um mês. O motivo do crime, segundo a Polícia, foi uma dívida com o tráfico. R$ 2,00 foi o preço da vida do jovem de 15 anos, que desde os 10 anos cheirava cola pelas ruas de Quixadá. Passou a usar droga mais forte, o crack. Exceto o destino fúnebre, a semelhança com o drama vivido por Yuri não é mera coincidência. Ambos são filhos de famílias desestruturadas. O primeiro é de classe média. Os pais são separados. O segundo, nem conheceu o pai. Morava numa área habitacional popular de Quixadá que abriga famílias carentes.

Casos como esses estão sendo registrados cada vez mais pelo Interior. Na opinião do delegado Domingos Sávio Pinheiro, além do álcool, ainda responsável pela maior incidência de violência no mundo ocidental, a invasão do substrato da cocaína é preocupante.

Até o encerramento desta edição a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) não havia apresentado as estatísticas regionais acerca do consumo e apreensão de drogas. No portal eletrônico do órgão estadual são expostos apenas os indicadores criminais de homicídios dolosos, de mulheres, lesões corporais, roubos, furtos e porte ilegal de armas.

Pelo número de crimes de morte registrados — 21,16 por 100 mil habitantes até agosto passado no Ceará — policiais atribuem a relação de mais de 70% deles ao consumo de algum tipo de droga. Do total, 80% ao álcool, e o restante a substâncias entorpecentes. O crack desponta entre elas.

A opinião do especialista

cmccordeiro@uol.com.br
CARLOS MAGNO BARROSO *

Entender para agir

O uso e dependência do crack e do álcool no Interior do Estado já está bastante difundido. É comum nos serviços de saúde a procura de ajuda, seja de familiares, ou dos próprios dependentes. Podemos identificar, sobretudo entre os usuários de crack, uma certa gradação quanto ao potencial de recuperação. Explico: há pacientes que conseguirão se abster da droga com certa facilidade com apoio psicológico e farmacológico, outros, com uma abordagem mais ampla, psico-fármaco-práxi-socioterápica e outros em que nossos esforços esbarram em repetidos fracassos.

Mas cada caso deve ser visto de forma individualizada, que nenhuma atividade seja prescrita ao “grupo” de forma massificada. Quanto ao tratamento do alcoolismo, já podemos ver com mais facilidades estatísticas de recuperação com a intervenção farmacológica e psicoterápica breve.

Este ano, o Instituto Episteme oferecerá um curso de capacitação sobre dependência química voltado para profissionais de Caps AD, Caps gerais e pessoas interessadas. Antes de agir, acreditamos que é necessário entender.

* Psiquiatra - diretor do Instituto Episteme

O QUE ELES PENSAM

Assistência ao usuário deve ser prioridade

A ociosidade é a grande arma do traficante. No País, se o poder público não atentar para o grave problema a sociedade se tornará refém dos marginais. O Sul está numa guerra. É preciso agir, do contrário, em breve, as trincheiras dessa batalha se formarão dentro das casas dessa gente simples do Interior.

Domingos Sávio Pinheiro
Delegado de Polícia

Não é fácil curar essa doença social. É prioritário aparelhar as instituições de segurança e desenvolver políticas
para assistência do usuário, bem como fazer a prevenção nas escolas. A família deve superar sua postura inerte diante do perigo. Os traficantes têm a favor o preço e o poder de vicio do crack.

Nelson Gesteira Monteiro
Promotor de Justiça

Nos preocupamos com o desenvolvimento de atividades para os jovens. Ocupações saudáveis são boas opções para afastá-los das drogas. É preciso que o Estado também faça a sua parte. A repressão é um importante mecanismo contra o uso indiscriminado das drogas. O crack é uma epidemia.

Ilário Gonçalves Marques
Prefeito de Quixadá
Alex Pimentel
Colaborador

Mais informações:

Delegacias Regionais da Polícia Civil no Interior
Quixadá, (88) 3445.1047
Crateús, (88) 3692.3504
Tauá, (88) 3437.1888

Lula edita 345 medidas provisórias em 71 meses

O presidente Lula editou 345 medidas provisórias no espaço de 71 meses, o que dá uma média de 4,8 por mês

Brasília. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse recentemente ser ´humanamente impossível governar sem medidas provisórias´, em resposta as pressões que vem sofrendo do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal para reduzir sua voracidade em emitir esses dispositivos. Lula vem exercendo plenamente esse direito constitucional. Em cinco anos e 11 meses à frente dos destinos do País, ele editou 345 MPs, ou seja 4,8 por mês.

Em vez de exceção, a medida provisória passou a ser regra. Lula editou MP para ajudar financeiramente o Senegal, outra para reduzir o imposto sobre o fubá e até uma para criar 20 mil cargos comissionados no Governo.

A farra das medidas encontrou fortes opositores até entre os aliados do Governo, como no caso o autodenominado ´independente´, presidente do Congresso Nacional senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), que chegou a devolver a MP que tratava da prorrogação das licenças para entidades filantrópicas, quase criando uma crise institucional.

A grita de Garibaldi Alves tem razão de ser. Devido à edição constante de medidas provisórias, os trabalhos no Congresso são constantemente paralisados e os projetos de Lei de autoria dos deputados nunca encontram a pauta aberta para serem colocados em votação. Com a polêmica, o Governo chegou a reduzir a edição das medidas, tanto, que este ano elas chegaram a apenas 35, metade das editadas em todo ano passado.

A saída seria, além de limitar as emissões, mudar o rito de avaliação das MPs, que se não forem votadas em até 45 dias, após sua publicação, passa a trancar a pauta do Congresso. No início do ano, foi criada uma Comissão Especial para discutir a mudança no tramite das propostas no Congresso.

A Comissão está propondo uma flexibilização do trancamento da pauta, permitindo aos parlamentares votar outros projetos antes de MPs. O projeto está sendo analisado pelo plenário da Câmara, mas sofre obstrução da oposição que não concorda com alguns itens, como o que possibilita o presidente da República retirar, após 15 dias de sua edição, uma MP.

Histórico

De acordo com o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), o ex-presidente José Sarney, o primeiro que teve acesso ao novo instrumento, emitiu 125 medidas e reeditou 22 delas, em 17 meses de governo, obtendo uma média mensal de 5,21 medidas. Já Fernando Collor de Mello, nos dois anos e sete meses de governo, editou 89 MPs, com média mensal de edições de 2,99. Collor reeditou as medidas 70 vezes.

Com o impeachment de Collor, assume a presidência o seu vice, Itamar Franco, que foi bem mais voraz que seu antecessor, editando 142 MPs e reeditando-as 363 vezes até 31 de dezembro de 1994. Itamar teve uma média mensal de edições de 5,26, a maior marca entre os últimos presidentes.

Por sua vez, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, editou de 1º de janeiro de 1995 e 12 de setembro de 2001, 263 MPs com média mensal de 3,33. Após a entrada em vigor da emenda constitucional 32, que impediu a reedição ilimitada das Medidas, sua média mensal baixou para 3,12 de 1999 a 2001.

Antigamente opositor e ao chegar no Governo um dos maiores defensores desse instrumento, o presidente Lula editou 345 medidas provisórias no espaço de 71 meses, o que dá uma média de 4,8 por mês. Em números absolutos Lula só perde para FHC no total de medidas editadas, 345 a 365. Já na média fica em terceiro no número de edições mensais.

Antes da emenda constitucional 32, as MPs podiam ser reeditadas indefinidamente, assim o presidente podia passar todo seu mandato governando por medidas. Na era FHC, por exemplo, a MP que criou o Plano Real, foi reeditada 73 vezes, até ser aprovada pelo Congresso, em 2001, seis anos após sua primeira edição.

Atualmente uma medida provisória necessariamente precisa ser apreciada pelo Congresso em até 45 dias. Caso contrário ela passa a trancar a pauta da Casa Legislativa e não se pode votar mais nada. Se a emenda 32 acabou com reedição infinita, criou outra dor de cabeça para os congressistas que não conseguem votar mais nada a não ser um rol extenso de MPs, que a cada dia entopem a pauta de votações.

REAÇÕES DOS PODERES

Mendes critica apetite voraz do governo


Brasília. A mudança no rito de tramitação das medidas provisórias que está em discussão no Congresso quer permitir que os projetos dos parlamentares possam ser votados mesmo que exista uma MP para ser votada na pauta. Isso se daria através de um requerimento de inversão de pauta que precisaria de 257 votos para ser aprovado (maioria absoluta). Pela proposta, as medidas seriam o primeiro item da pauta do plenário no 16º dia após sua publicação.

A proposta fixa também que cada MP tenha um único tema, evitando projetos genéricos. Outra medida, é que o governo não poderá editar créditos extraordinários por MP, a menos em caso de guerra, comoção interna ou calamidade pública.

O Supremo Tribunal Federal (STF) recentemente julgou como inconstitucional essa prática recorrente do governo. ´O Governo está executando seu orçamento por medidas provisórias, isso não é aceitável´, disse o presidente do STF, ministro Gilmar Mendes.

Desde 2007, o Poder Executivo editou 23 medidas que abriram R$ 62,5 bilhões em créditos extraordinários para diversos órgãos. Somente em 2007, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou 20 MPs que estenderam recursos extraordinários de R$ 48,2 bilhões, o que representava 10,4% dos dispêndios totais previstos na Lei Orçamentária.

Além de Garibaldi Alves, o ministro Gilmar Mendes também tem feito críticas ao apetite do governo de legislar por MPs. Ele alega que o modelo praticado pelo Poder Executivo está exaurido e precisa mudar. Mendes espera que o Congresso Nacional estabeleça novas regras. ´As medidas podem ser editada para conter os efeitos da crise financeira internacional, mas não podem ser usadas indiscriminadamente ´.

LEI DESRESPEITADA

Dispositivo deveria ser usado em urgências

As medidas provisórias substituíram os decretos-leis, entulho autoritário muito utilizados durante a ditadura militar. Apesar da mudança o objetivo é o mesmo -o de facilitar a vida do chefe do Executivo para governar. A MP tem força de lei, é privativa do Presidente da República, e deveria ser utilizada apenas em casos que se caracterizem a relevância e a urgência.

Conforme juristas, a medida provisória não revoga a lei anterior, como, equivocadamente, os Chefes do Executivo vêm entendendo, ao revogar disposições de leis ou de artigos de lei. Inspiradas no modelo constitucional italiano (parlamentarista) foi adaptada ao regime presidencialista brasileiro.

Na Alemanha, a MP foi criada pela Lei Fundamental de 23 de maio de 1949. Em Cabo Verde, sua constituição autoriza o governo a fazer e aprovar decretos-lei e outros atos normativos, com exclusividade, sobre sua própria organização e funcionamento.

Já Portugal considera as leis, os decretos-lei e os decretos legislativos regionais atos legislativos. Na Espanha, desde 1978, o governo, em caso de necessidade extraordinária e urgente, pode editar disposições legislativas provisórias, que tomarão a forma de decretos-lei e serão imediatamente submetidas a debate e votação, no prazo de trinta dias subseqüentes à sua promulgação, pelo Congresso dos Deputados. Bem parecido com o nosso sistema

Na França, a Constituição de 4 de outubro de 1958, atualizada em 3 de outubro de 2000, diz que o Executivo pode pedir autorização ao Legislativo para emitir decretos por prazo limitado. Na Argentina, os decretos também só são avocados em casos de necessidade e urgência, sob estrita vigilância da Constituição. Outros países também usam instrumentos parecidos, como o Chile, Peru, Guatemala, Colômbia, Honduras, Nicarágua, Equador, dentre outros.

FIQUE POR DENTRO

Caso não seja votada, a MP perde força de Lei

A Constituição prevê que, em casos de relevância e urgência, o presidente da República poderá editar medidas provisórias, que contam com força de lei a partir do momento em que são publicadas no Diário Oficial da União. Após a edição, a medida provisória é submetida imediatamente ao Congresso Nacional. A MP perde sua eficácia caso não for convertida em lei no prazo de 60 dias, que pode ser prorrogado uma vez por igual período. Caso a medida provisória não seja votada, ela perde sua força de Lei e não pode ser reeditada. A votação se dá em cada instância do Congresso Nacional separadamente, primeiro na Câmara, depois no Senado. Caso a medida provisória não seja apreciada em até 45 dias depois de editada, entrará em regime de urgência, trancando a pauta da Casa em que se encontrar.

2008 - MEDIDAS EDITADAS POR LULA

MP -413/2008 Estimular os investimentos e a modernização do setor de turismo; Reforça o sistema de proteção tarifária brasileiro, a estabelecer a incidência de forma concentrada da Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins na produção e comercialização de álcool.

MP-415/2008 Proíbe a comercialização de bebidas alcoólicas em rodovias federais

MP - 417/2008 Prorroga até 31 de dezembro de 2008 o prazo para renovação de registro de propriedade de arma de fogo.

MP -419/2008 Transforma o cargo de Secretário Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial em Ministro de Estado Chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

MP -421/2008 Dispõe sobre o salário mínimo a partir de 1º de março de 2008.

MP -429/2008 Autoriza a União a participar em Fundo de Garantia para a Construção Naval - FGCN, para a formação de seu patrimônio.

MP -432/2008 Institui medidas de estímulo à liquidação ou regularização de dívidas originárias de operações de crédito rural e de crédito fundiário.

MP -434/2008 Dispõe sobre a estruturação do Plano de Carreiras e Cargos da Agência Brasileira de Inteligência - Abin.

MP -437/2008 Dispõe sobre a transformação da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República em Ministério da Pesca e Aqüicultura.

MP -444/2008 Autoriza o Poder Executivo a doar estoques públicos de alimentos à República de Cuba, à República do Haiti, à República de Honduras e à Jamaica.

Marcelo Raulino
Repórter

Aids cresce em todos os aspectos no Estado

Neste dia de luta, os desafios ainda são reduzir a contaminação pelo HIV e melhorar a qualidade de vida dos portadores

O mundo inteiro está mobilizado hoje em torno da luta contra a Aids. O alerta no Brasil, este ano, é para o avanço da doença em pessoas mais velhas, acima de 50 anos. No entanto, no Ceará, além da quantidade da população com 50 anos ou mais de idade também ter aumentado, o vírus HIV vem fazendo cada vez mais vítimas entre mulheres e crianças por transmissão vertical e adolescentes. No Dia Mundial de Luta Contra a Aids, além da prevenção de novos casos, há a busca por uma assistência que reduza a mortalidade pela doença e que traga qualidade de vida para as cerca de 8.076 pessoas que convivem com HIV/Aids no Estado.

“A Aids está presente em todas as faixas etárias e em todos os lugares do Ceará, não é só grave em pessoas mais velhas, mas nas mulheres, que geram crianças soropositivas, nos adolescentes, nos heterossexuais e homossexuais”, considera o diretor geral do Hospital São José (HSJ), infectologista Anastácio de Queiroz.

Dados do Informe Epidemiológico Aids, de agosto de 2008, da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), apontam que desde o primeiro registro da doença, em 1983, até julho de 2008, foram notificados 8.076 casos, sendo que 71% deles no sexo feminino e 29% no sexo masculino. A maior parte deles, 7.012 (86,8%), está presente na faixa etária de 20 a 40 anos.

As tendências da epidemia no Estado, conforme a Sesa, apontam para a feminização e interiorização dos casos. No início, em 1986, a razão entre os casos masculinos e femininos era de 11 homens para cada mulher e hoje, conforme o Anastácio de Queiroz, é de dois homens para cada mulher.

Para ele, a doença vem avançando em todos os aspectos e o diagnóstico tardio ainda é um problema, porque, muitas vezes, o paciente descobre que é portador do vírus HIV quando já está com alguma doença oportunista em estágio avançado, com poucas possibilidades terapêuticas. “Diariamente temos no hospital cerca de 40 pessoas internadas, quando existem apenas 32 leitos específicos para Aids. Muitos pacientes, até mesmo aqueles de nível social mais favorecido, têm diagnóstico tardio. Apenas jovens que se expõem a riscos é que fazem o exame de HIV de forma precoce”, disse.

Foi assim que aconteceu com Gisele (nome fictício), de 25 anos e portadora do HIV desde os 14 anos. “Só descobri que era soropositiva depois que o meu namorado morreu. Chegamos até a usar a camisinha, mas só no início do namoro. Ele foi o meu primeiro namorado. Quando eu fiz o exame e deu positivo, fiquei louca de verdade. Saí da escola, minha família me expulsou de casa, até me internaram em hospital psiquiátrico”, conta ela, que está há 30 dias no HSJ, em sua sétima internação, desta vez motivada pela interrupção do tratamento antiretroviral.

Se conviver com o vírus HIV já é difícil quando se é jovem, imagine quando acontece em idade mais avançada, quando naturalmente as defesas do organismo estão mais debilitadas. O infectologista Anastácio de Queiroz aponta que o indivíduo de idade avançada, quando contrai o vírus, tem muito mais possibilidades de desenvolver a doença por conta do período de incubação ser menor e também porque o organismo idoso é mais frágil e com o sistema imunológico já envelhecido.

Nos últimos cinco anos, houve um importante aumento dos casos na faixa etária acima de 50 anos no Ceará, conforme a Sesa. Do total de casos notificados até 2008, 8,5%, ou seja, 691 casos, são referentes a pessoas a partir de 50 anos.

A incidência da doença no Ceará, nessa população, quase dobrou nos últimos seis anos, passando de 1,3 em cada 100 mil habitantes, em 2001, para 2,2 casos em 100 mil habitantes, em 2007.

Segundo Anastácio de Queiroz, na população com mais de 50, a questão diagnóstico tardio ainda é mais acentuada. “São pessoas que iniciaram sua vida sexual sem a existência da Aids. A mudança no comportamento sexual da sociedade, as drogas que surgiram para melhorar libido e também a desinformação são fatores que sugerem esse aumento dos casos nessa faixa etária”, explica.

Paola Vasconcelos
Repórter